Um dos Princípios da Vida o Princípio 3 – Princípio Perpetuador, sendo este o maior
desafio da vida instalada e propagada. Cada ser vivo tentará utilizar os mais
variados métodos para dar prosseguimento à sua existência individual e da sua
espécie. A existência individual é uma atitude consciente e objetiva a
sobrevivência diária, ou seja, dependerá exclusivamente de suas habilidades na
luta pela vida. Já a luta pela existência da espécie pode ser uma atitude até inconsciente
e às vezes até altruísta. Acredito que o desenvolvimento destas lutas existenciais
resultou na consciência individual e coletiva das espécies cujo maior exemplo é
o ser humano. Ao atingir um estágio avançado de propagação do padrão vida ocorrem
interesses conflitantes e muita competição esta pode causar a extinção dos
perdedores. Para manter sua perpetuação a vida utiliza-se da mente individual
ou coletiva, a mente desenvolveu a inteligência que por sua vez desenvolveu a
memória. Então quando traçamos estratégias usamos a mente, aprendemos usando a
inteligência repassando e recebendo informação, graças à memória dos nossos instrutores,
tais instruções serão usadas no aprimoramento de novas estratégias, conseguindo
assim aprimorar e desenvolver o conhecimento. Os seres humanos utilizam ainda uma
importante estratégia para a transmissão de informação e conhecimento, os assim
chamados de registros de experiências de outros feitos através da escrita e
independente da transmissão oral do conhecimento. Alias atualmente com o
advento da internet, magnífica fonte de propagação de informação, a humanidade
atingiu um novo patamar de transmissão de dados. Há até indícios de que a
internet está se auto-organizando como se fosse um supercomputador global ou
até uma consciência global, em outras palavras, a aparente desordem no universo
digital seria na realidade um encontro de interesse de bilhões de internautas
espalhados pelo planeta, convergindo para diversas tendências do conhecimento
humano seja ele construtivo ou destrutivo, assim como a ciência a internet
serve aos propósitos diversos não descriminando o “bem” ou o “mal”.
Na natureza nos grupos
de animais, foram identificados alguns modos utilizados para circular
informação entre indivíduos, são eles:
Sinais - são estímulos desenvolvidos para a troca de
informação entre indivíduos.
Sugestões - são estímulos que acidentalmente
servem para a troca de informação.
A diferença entre
sinais e sugestões pode ser observada entre os carreiros de formigas e os
carreiros de veados.
As formigas
“aprenderam” a deixar uma trilha de feromônio para ser seguida por outras
formigas quando regressa de uma fonte de alimento bastando as demais seguirem o
“rasto químico” objetivando melhor eficácia na detecção de alimento. Realmente
trata-se de uma técnica brilhante das formigas.
Os veados “aprenderam”
a utilizar trilhas formadas por outros nas matas e bosques, mas apesar de
fornecerem informação útil aos veados que eventualmente os vejam não serve
especificamente de comunicação entre indivíduos, é meramente o resultado de
seguirem pelo mesmo caminho tratando de uma sugestão. Em ambos os casos se pode
intuir certa consciência, a necessidade de inteligência e memória.
É fácil intuir que nos
sistemas auto-organizados a transferência de informação via sinais parece ser
mais “consciente” que a transferência de informação via sugestões que parece se
basear por estímulos acidentais obtidos pelo organismo no seu meio social. Esta
troca de informação local é uma das características essencial nos sistemas
auto-organizados assim cada elemento comporta-se mediante a interação com a sua
vizinhança, ficando desta maneira alheio ao comportamento global do sistema.
Nos sistemas biológicos esta noção torna-se ainda mais evidente, dada a extrema
dificuldade de qualquer organismo vivo adquirir e processar grandes quantidades
de informação, como seria o caso, se os sistemas auto-organizados que
observamos na natureza possuíssem líderes ou indivíduos com informação global
do comportamento de toda a comunidade. Na natureza o membro de um grupo
auto-organizado usa regra de comportamento muito simples baseadas na informação
que direta ou indiretamente obtém dos seus vizinhos mais próximos essa
informação é adquirida e processada localmente mediante a interação individual
com vizinhos mais próximos.
Quando vários
indivíduos contribuem num esforço comum, esta interação pode ser indireta, tal
como o trabalho das térmitas ou das abelhas, os estímulos produzidos pela
estrutura emergente, ou pelas modificações no meio ambiente são muitas vezes as
fontes de informação essenciais que regulam o comportamento posterior de cada
indivíduo. Os montes de térmitas são um dos exemplos mais marcante de
auto-organização em sistemas biológicos. Tais montes são milhares de vezes
maiores que cada térmita demorando várias gerações para ser construído, o ainda
mais intrigante é o mecanismo que possibilita a coordenação do trabalho de
milhares de indivíduos trabalhando numa construção tão complexa. O biólogo
Pierre-Paul Grass em 1959 utilizou o termo estigmergia no estudo do
comportamento das térmitas. Definido como “Estimulação dos trabalhadores
através do desempenho que alcançaram”. No caso das térmitas, parece evidente
que nenhuma delas tem conhecimento da forma final da estrutura, além de que não
é possível a cada uma acompanhar a construção como um todo. Como a
auto-organização sozinha não seria suficiente para gerar sistemas mais
elaborados os seres vivos desenvolveram outros sistemas para ajudar na
sobrevivência diária são eles: Liderança, receitas, esquemas e moldes.
O desenvolver uma
estratégia é fundamental para sobrevivência, e os seres vivos utilizaram isto
para se perpetuar e reproduzir. Como pode ser observado na natureza temos
várias estratégias de propagação como:
A reprodução: é uma
característica fundamental dos seres vivos, permitindo a formação de novos
indivíduos, assegura a perpetuação das espécies e, conseqüentemente, a
continuidade da vida no nosso planeta. É através da reprodução que o material
genético é transmitido de geração em geração, umas vezes mantendo as
características, outras produzindo algumas alterações. A reprodução pode ser: reprodução assexuada e reprodução sexuada.
Para vencer desafios os
seres vivos adotaram ainda outra estratégia fantástica, ou “método” nem sempre
diplomaticamente correto chamado de combinação.
A Combinação estratégia
adotada através da associação de seres vivos da mesma espécie ou espécie
deferente. Esta é a mais comum observada na terra, pois mesmo as plantas
necessitam dos decompositores. A combinação obriga uma relação entre os seres
vivos podendo ser classificada em dois grupos:
- Relação
intra-específica, ocorre entre seres da mesma espécie.
- Relação
interespecífica, ocorre entre seres de espécies diferentes.
É comum diferenciar-se
as relações em harmônicas e desarmônicas. Nas harmônicas não há prejuízo para
nenhuma das partes associadas, e nas desarmônicas há. Acredito que os seres
vivos utilizaram o que chamamos de “consciência”, “inteligência” e “memória”
para desenvolver as estratégias abaixo:
Relações
harmônicas
a) Comensalismo: É uma
associação em que uma das espécies — a comensal — é beneficiada, sem causar
benefício ou prejuízo ao outro (não-comensal).
Ex1: A rêmora é um
peixe dotado de ventosa com a qual se prende ao ventre dos tubarões, aproveita
os restos alimentares que caem na boca do seu grande "anfitrião".
Ex2: A Entamoeba colié
um protozoário comensal que vive no intestino humano, onde se nutre dos restos
da digestão.
b) Inquilinismo: É a
associação em que apenas uma espécie (inquilino) se beneficia, procurando
abrigo ou suporte no corpo de outra espécie (hospedeiro), sem prejudicá-lo.
Trata-se de uma associação semelhante ao comensalismo, não envolvendo alimento.
Ex1: Peixe-agulha e
holotúria, o peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado e se protege
contra a ação de predadores abrigando-se no interior das holotúrias
(pepinos-do-mar), sem prejudicá-los.
Ex2: As epífitas (epi,
em cima) são plantas que crescem sobre outras plantas sem parasitá-las,
usando-as apenas como suporte. Como as orquídeas e as bromélias.
c) Mutualismo:
Associação na qual duas espécies envolvidas são beneficiadas, porém, cada
espécie só consegue viver na presença da outra, associação permanente e
obrigatória entre dois seres vivos de espécies diferentes.
Ex1: Liquens:
constituem associações entre algas unicelulares e certos fungos. As algas
sintetizam matéria orgânica e fornecem aos fungos parte do alimento produzido.
Esses, por sua vez, retiram água e sais minerais do substrato, fornecendo-os às
algas. Além disso, os fungos envolvem com suas hifas o grupo de algas,
protegendo-as contra desidratação.
Ex2: Cupins e
protozoários: - ao comerem madeira, os cupins obtêm grandes quantidades de
celulose, mas não consegue produzir a celulase, enzima capaz de digerir a
celulose. Em seu intestino existem protozoários flagelados capazes de realizar
essa digestão. Assim, os protozoários se valem em parte do alimento do inseto e
este, por sua vez, se beneficia da ação dos protozoários. Nenhum deles,
todavia, poderia viver isoladamente.
Ex3: Ruminantes e
microorganismos, no estômago dos ruminantes também se encontram bactérias que
promovem a digestão da celulose ingerida com a folhagem.
Ex4: Bactérias e raízes
de leguminosas - no ciclo do nitrogênio, bactérias do gênero Rhizobium produzem
compostos nitrogenados que são assimilados pelas leguminosas, por sua vez,
fornecem a essas bactérias a matéria orgânica necessária ao desempenho de suas
funções vitais.
Ex5: Micorrizas - são
associações entre fungos e raízes de certas plantas, como orquídeas,
morangueiros, tomateiros, pinheiros, etc. O fungo, que é um decompositor,
fornece ao vegetal nitrogênio e outros nutrientes minerais; em troca, recebe
matéria orgânica fotossintetizada.
d) Protocooperação:
Trata-se de uma associação bilateral, entre espécies diferentes, na qual ambas
se beneficiam; contudo, tal associação não é obrigatória, podendo cada espécie
viver isoladamente.
Ex1: Alguns animais que
promovem a dispersão de algumas plantas comendo-lhes os frutos e evacuando as
suas sementes em local distante; a ação de insetos que procuram o néctar das
flores e contribuem involuntariamente para a polinização das plantas.
Ex2: Caramujo paguro e
actínias - também conhecidas como bernardo-eremita, trata-se de um crustáceo
marinho que apresenta o abdômen longo e mole, desprotegido de exoesqueleto. A
fim de proteger o abdomên, o bernardo vive no interior de conchas vazias de
caramujos. Sobre a concha aparecem actínias ou anêmonas-do-mar (celenterados),
animais portadores de tentáculos urticantes. Ao paguro, a actínia não causa
qualquer dano, pois se beneficia, sendo levada por ele aos locais onde há
alimento. Ele, por sua vez, também se beneficia com a eficiente
"proteção" que ela lhe dá.
Ex3: Pássaro-palito e
crocodilo - o pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, alimentando-se de
restos alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é
mútua, porque, em troca do alimento, o pássaro livra os crocodilos dos
parasitas. Obs: A associação ecológica verificada entre o pássaro-palito e o
crocodilo africano é um exemplo de mutualismo, quando se considera que o
pássaro retira parasita da boca do réptil. Mas pode ser também descrita como
exemplo de comensalismo; nesse caso o pássaro atua retirando apenas restos
alimentares que ficam situados entre os dentes do crocodilo.
Ex4: Anu e gado - o anu
é uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pele do gado,
capturando-os diretamente. Em troca, o gado livra-se dos indesejáveis
parasitas.
e) Esclavagismo ou
sinfilia: É uma associação em que uma das espécies se beneficia com as
atividades de outra espécie.
Ex: os pulgões do
gênero Aphis, habitam formigueiros e são beneficiados pela facilidade de
encontrar alimentos e até mesmo pelos bons tratos a eles dispensados pelas
formigas (transporte, proteção, etc). Essa associação é considerada harmônica e
um caso especial de protocooperação por muitos autores, pois a união não é
obrigatória à sobrevivência.
Relações Desarmônicas
a) Amensalismo ou
Antibiose: Relação na qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução
de outra espécie, denominada amensal, através da liberação de substâncias
tóxicas. É a relação em que um dos seres é prejudicado sem que disso resultem
benefícios para o outro.
Ex: Os fungos
Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibiótico que impede que as
bactérias se reproduzam. As substâncias secretadas por dinoflagelados
Gonyaulax, responsáveis pelo fenômeno "maré vermelha", podem
determinar a morte da fauna marinha. A secreção e eliminação de substâncias
tóxicas pelas raízes de certas plantas impedem o crescimento de outras espécies
no local.
b) Parasitismo: O
parasitismo é caracterizado pela espécie que se instala no corpo de outra, dela
retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe, em conseqüência, danos
cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria
morte do indivíduo parasitado. É uma associação obrigatória para o parasita. De
um modo geral, a morte do hospedeiro não é conveniente ao parasita, mas muitas
vezes ela ocorre.
Ex: algumas plantas,
como as ervas-de-passarinho, cipó-chumbo.
c) Predatismo: O
predatismo é o ato de um animal capturar outro para alimentar-se. O predador e
a presa pertencem a espécies diferentes. Os predadores são geralmente maiores e
menos numerosos que suas presas, sendo exemplificados pelos animais carnívoros.
As duas populações - de predadores e presas - geralmente não se extinguem e nem
entram em superpopulação, permanecendo em equilíbrio no ecossistema. Para a
espécie humana, o predatismo, como fator limitante do crescimento populacional,
tem efeito praticamente nulo. Algumas espécies desenvolveram soluções para se
defenderem ao predatismo, temos:
• Mimetismo; é uma
forma de adaptação que muitas espécies se tornam semelhante a outras, disso
obtendo algumas vantagens.
Ex: a cobra falsa-coral
é confundida com a coral verdadeira, muito temida, e, graças a isso, não é
importunada pela maioria das outras espécies.
• Camuflagem; é uma
forma de adaptação morfológica pela qual uma espécie procura confundir suas
vítimas ou seus agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a
coisas do ambiente.
Ex: o louva-a-deus, que
é um poderoso predador, se assemelha a folhas; o bicho-pau assemelha-se a
galhos, confundindo seus predadores.
• Aposematismo: existe
espécie que exibe cores de advertência, cores vivas e marcantes para afastar
seus possíveis predadores, que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos
venenos que possui.
Ex: muitas rãs
apresentam cores vivas que indicam veneno ou gosto ruim.
c) Contendas: Luta
entre espécies diferentes que têm interesse comum.
Ex: leões contra
hienas.
Vale salientar que
existe a contenda entre a mesma espécie como é o caso das guerras humanas, típico
caso de autodestruição dentro da mesma espécie, aqui acredito que ninguém
ganha. Mas do ponto de vista geral pode ser considerado um fator de controle
populacional, assim sendo inconscientemente os envolvidos estão fazendo um
controle populacional da sua espécie. Outra particularidade é o altruísmo onde o
individuo abre mão do seu interesse para o bem de outrem. Esta seria uma estratégia
consciente da preservação da espécie como um todo.
Aqui propus uma
explicação de como sugiram a consciência, inteligência e memória, baseado no
princípio da Vida. Conforme visto acima,
apesar de toda a complexidade, estes três entes tão abstratos tiveram inicio
juntamente com a propagação da vida em sua busca de estratégias para sua
perpetuação.
Fontes:
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