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O medo é a origem da manipulação da mente?

“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo..." – Abraham Lincoln.

Porque temos medo?
Essa pergunta básica e aparentemente simples não é tão fácil de ser respondida.
Acredito que a explicação está na Teoria da Vida; Princípio 3- Princípio Perpetuador: São todos os meios encontrados pela vida na busca de solução para continuar a existir, independente de ser mais ou menos complexa. Assim na sua busca diária para sobreviver e repassar sua experiência a outras gerações os organismos criaram uma série de defesas que são importantes para sua sobrevivência entre elas está o medo, sim ele é muito importante para a sobrevivência, afinal isso explica porque um cervo, por exemplo, teria medo de uma leoa. Na humanidade tal medo a princípio puramente instintivo, desenvolveu-se em um medo maior adquirido através do pressuposto humano de que era o ser “mais inteligente” no planeta. Sim no princípio acredito que seres humanos se esgueiravam por florestas e cavernas se escondendo de predadores, com o passar dos anos os mesmos humanos, observando a natureza, começaram a desenvolver armas para sua defesa contra tais predadores com o aumento de interesse por mais caça e terras infelizmente, o ser humano descobriu o mais terrível dos inimigos; o outro humano. Então o medo que era somente para defender-se de outra espécie foi colocado a serviço da defesa contra outros humanos que desejavam conquistar o que ele possuía, tal fato culminou no aparecimento de sentimentos digamos muito pouco nobres como: a cobiça, inveja, traição, esquizofrenia, entre outros. Tais sentimentos foram causadores de conflitos: pessoais, entre o mesmo povo e contra outros povos. Então ao mesmo tempo em que a humanidade se multiplicava e se espalhava pela face da terra cresciam também os problemas. Não é mistério para ninguém que temos preocupações bem diferentes dos nossos ancestrais, porém, o “medo” nunca deixou ou deixará a humanidade até que tenhamos respostas para todas as perguntas que fazemos sobre a natureza. Voltando ao início acredito que foi através dos diversos medos inerente ao simples fato de viver que foram criadas lendas e a religião. Sim nada mais lógico do que criar uma perspectiva diferente para os seres humanos objetivando controle, assim alguém em um determinado período observando o medo de muitos em relação aos fenômenos da natureza como o trovão, por exemplo, criou “deuses” que supostamente controlavam tais forças nascendo assim um controle “superior” da vontade humana. O outro passo foi criar padrões de comportamento a ser seguido por todos para não contrariar a ira de um suposto deus ou deuses. Sim este artifício foi muito eficaz para manter pessoas unidas dentro de um ideal, foi uma estratégia brilhante da raça humana para criar nações e se perpetuar, logo, a necessidade de se fixar ideias importantes forçou o desenvolvimento da escrita e consequentemente a ideia de números, a priori puramente baseado na natureza a escrita  se desenvolveu até a substituição de figuras da natureza por símbolos como o alfabeto que estou digitando este texto. Tal avanço possibilitou controle sobre um número maior de pessoas, foram criados então rituais, sacrifício e controle da mente das massas este último possibilitou incutir sentimentos como o racismo, xenofobia e a superioridade de um povo sobre o outro. Na contra mão desta insanidade a escrita possibilitou também o surgimento de pessoas que realmente observavam a natureza e comprovavam que muita coisa pregada pelos pseudossábios não correspondia à realidade, tais seres foram e são duramente atacados pelos que querem que outras pessoas simplesmente acreditem em suas falácias, nascia então a ciência, tão imperfeita como tudo criado pelo ser humano, mas com a vantagem de poder ser refutada pelas evidências. Com o desenvolvimento do conhecimento foi possível criação de um sistema para ensinar as novas gerações. Sim não resta dúvida que o surgimento de grandes sábios associados à escrita possibilitou o surgimento de livros, escolas e bibliotecas para termos acesso ao acúmulo de conhecimento desvendado pela humanidade, hoje acrescido de mais uma facilidade chamada de internet.
Conclusão
Como tudo em excesso os sentimentos, entre eles o medo, quando desenfreado causa muito transtorno, conforme já citado neste blog o caminho do meio seria a sugestão para conseguirmos passar pelo desafio de estar vivo, claro que surgem desvios como psicopatas, por exemplo, mas se for observado tais indivíduos levaram a um extremo suas emoção e não conseguiram achar o equilíbrio, temos opostos em nossas mentes o problema é que às vezes alguém não consegue controlar ficando extremamente medroso ou extremante agressivo. O medo é simplesmente um instrumento utilizado pela vida objetivando a sobrevivência, porém alguns utilizam esse princípio para constranger outros a pensar como eles, dando espaço para muita desonestidade e pouco proveito para humanidade, a cada mentira descoberta ou a cada comprovação da ciência, tais pessoas são desmascaradas. E apesar dos estudos sobre manipulação das massas só mostrarem consequências desastrosas no século XX, é obvio sua utilização desde primórdios da civilização.
Artigo de Mauro Santayana (JB online 27/09/2011).

Os assaltantes da consciência

Muitos cometemos o engano de atribuir a Goebbels a ideia da manipulação das massas pela propaganda política. Antes que o ministro de Hitler cunhasse expressões fortes, como Deutschland, erwacht!, Edward Bernays começava a construir a sua excitante teoria sobre o tema. Bernays, nascido em Viena, trazia a forte influência de Freud: era seu duplo sobrinho. Sua mãe foi irmã do pai da psicanálise, e seu pai, irmão da mulher do grande cientista. Na realidade, Bernays teve poucas relações pessoais com o tio. Com um ano de idade transferiu-se de Viena para Nova York, acompanhando seus pais judeus. Depois de ter feito um curso de agronomia, dedicou-se muito cedo a uma profissão que inventou, a de Relações Públicas, expressão que considerava mais apropriada do que “propaganda”.
Desenvolveu sua teoria sobre a necessidade de manipular as massas Combinando os estudos do tio sobre a mente e os estudos de Gustave Le Bon e outros, sobre a psicologia das massas, Bernays desenvolveu sua teoria sobre a necessidade de manipular as massas, na sociedade industrial que florescia nos Estados Unidos e no mundo. O texto que se segue é ilustrativo de sua conclusão: “A consciente e inteligente manipulação dos hábitos e das opiniões das massas é um importante elemento na sociedade democrática. Os que manipulam esse mecanismo oculto da sociedade constituem um governo invisível, o verdadeiro poder dirigente de nosso país. Nós somos governados, nossas mentes são moldadas, nossos gostos formados, nossas ideias sugeridas amplamente por homens dos quais nunca ouvimos falar. Este é o resultado lógico de como a nossa “sociedade democrática” é organizada. Vasto número de seres humanos deve cooperar, desta maneira acomodada, se eles têm que conviver em sociedade. Em quase todos os atos de nossa vida diária, seja na esfera política ou nos negócios, em nossa conduta social ou em nosso pensamento ético, somos dominados por um relativamente pequeno número de pessoas. Elas entendem os processos mentais e os modelos das massas. E são essas pessoas que puxam os cordões com os quais controlam a mente pública”.
Bernays entendeu que essa manipulação só é possível mediante os meios de comunicação. Ao abrir a primeira agência de comunicação em Nova York, em 1913, aos 22 anos, ele tratou de convencer os homens de negócios que o controle do mercado e o prestígio das empresas estavam “nas notícias”, e não nos anúncios. Foi assim que inventou o famoso press release. Coube-lhe também criar “eventos”, que se tornariam notícias. Patrocinou uma parada em Nova York na qual, pela primeira vez, mulheres eram vistas fumando. Contratou dezenas de jovens bonitas, que desfilaram com suas longas piteiras, e abriu o mercado do cigarro para o consumo feminino. Dele também foi a ideia de que, no cinema, o cigarro tivesse, como teve, presença permanente, e criou a “merchandising”. É provável que ele mesmo nunca tenha fumado, morreu aos 103 anos, em 1995.
A prevalência dos interesses comerciais nos jornais e, em seguida, nos meios eletrônicos, tornou-se comum, depois de Bernays, que se dedicou também à propaganda política. Foi consultor de Woodrow Wilson, na Primeira Guerra Mundial, e de Roosevelt, durante o “New Deal”. É difícil que Goebbels não tivesse conhecido seus trabalhos.
A técnica de manipulação das massas é simples, sobretudo quando se conhecem os mecanismos da mente, os famosos instintos de manada, aos quais também ele e outros teóricos se referem. O “instinto de manada” foi manipulado magistralmente pelos nazistas e, também ali, a serviço do capitalismo. Krupp e Schacht tiveram tanta importância quanto Hitler. Mas, se sem Hitler poderia ter havido o nazismo, o sistema seria impensável sem Goebbels. E Goebbels, ao que tudo indica, valeu-se de Bernays, Le Bon e outros da mesma época e de ideias similares. A propósito do “instinto de manada” vale a pena lembrar a definição do fascismo por Ortega y Gasset: um rebanho de ovelhas acovardadas, juntas umas às outras pelo com pelo, vigiadas por cães e submissas ao cajado do pastor. Essa manipulação das massas é o mais forte instrumento de dominação dos povos pelas oligarquias financeiras. Ela anestesia as pessoas, mediante a alienação, ao invadir a mente de cada uma delas, com os produtos tóxicos do entretenimento dirigido e das comunicações deformadas. É o que ocorre com a demonização dos imigrantes “extracomunitários” nos países europeus, mas, sobretudo, dos procedentes dos países islâmicos. Acossados pela crise econômica, nada melhor do que encontrar um “bode expiatório”, como foram os judeus para Hitler, depois da derrota na Primeira Guerra e, desesperadamente, organizar nova cruzada para a definitiva conquista da energia que se encontra sob as areias do Oriente Médio. Se essa conquista se fizer, há outras no horizonte, como a dos metais dos Andes e dos imensos recursos amazônicos. Não nos esqueçamos da “missão divina” de que se atribuía Bush para a invasão do Iraque, aprovada com entusiasmo pelo Congresso.
É preciso envenenar a mente dos homens, como envenenada foi a inteligência do assassino de Oslo e desmoralizar, tanto quanto possível, as instituições do Estado Democrático sempre a serviço dos donos do dinheiro. Quem conhece os jornais e as emissoras de televisão de Murdoch sabe que não há melhor exemplo de prática das ideias de Bernays e Goebbels do que a sua imensa empresa. São esses mesmos instrumentos manipuladores que construíram o Partido Republicano americano e hoje incitam seus membros a impedir a taxação dos ricos para resolver o problema do endividamento do país, trazido pelas guerras, e a exigir os cortes nos gastos sociais, como os da saúde e da educação. Essa mesma manipulação produziu Quisling, o traidor norueguês a serviço de Hitler durante a guerra, e agora partejou o matador de Oslo.
Mein Kampf livro de dois volumes escrito por Adolf Hitler
 "A alma das massas só se mostra acessível senão a tudo o que é integral e forte. Da mesma maneira que a mulher é pouco atraída por raciocínios abstratos, experimentando indefinível atração sentimental por uma atitude cabal e se submetendo ao forte enquanto domina o fraco, também a massa prefere o mestre ao suplicante, e sente-se mais segura graças a uma doutrina que não admite contestações, do que outra que emprega uma tolerância liberal. A tolerância provoca-lhe um sentimento de abandono: não tem o que fazer com ela. Mas desde que se exerça sobre essa massa um impudente terrorismo intelectual, que se disponha da sua liberdade humana, isso lhe passa despercebido, e ela não pressente nada de errado na doutrina. Não vê senão manifestações exteriores fruto de uma força deliberada e de uma brutalidade a que essa mesma massa se submete sempre..."
... Sei que somos manipulados, só não sei por quem... - Ciência e Lógica
Fontes:

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